sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ROSAS VERMELHAS

Ele oferecera-lhe um "bouquet" de rosas, vermelhas, de um vermelho forte, profundo, a expressar a intensidade e a força dos afectos que ele sentia por ela... Decerto que a reciprocidade dos sentimentos era igual.



Tinham-se conhecido há já alguns anos, em Cracóvia: um encontro casual, de rua, de duas pessoas que se descobriram a falar a mesma língua, em terra estranha.

Estavam ambos, ali, por motivos profissionais, em áreas diferentes de trabalho.

Começaram a encontrar-se, a matar saudades do falar a língua materna e foram-se encantando na estima, dedicando-se um ao outro e, de forma doce, deixaram que amizade se fosse cimentando, que a cumplicidade se estabelecesse naturalmente, que a proximidade dos pensares os unisse de forma única e especial.

Eram como dois gémeos, separados no viver, mas não na dedicação, na cumplicidade, nos afectos e nos sentires.

Conviveram momentos de grande aproximação, de mútuo entendimento, mas sempre sem paixões ou envolvimentos amorosos.

E, se a vida os aproximou, a vida os afastou. A profissão de cada um colocou-os em lugares diferentes, distantes, acabando, de um dia para o outro, aquela presença física, quotidiana, aquele encontro de conversas.

Mas as rosas vermelhas, essas, nunca deixaram de estar presentes. Apareceram logo no segundo encontro: ele levou-lhe três rosas, vermelhas, ela emocionou-se e ele nunca mais deixou de lhas levar.

Ficaram a ser quase que como uma espécie de talismã, um símbolo especial para eles.

Agora, afastados, conceberam um ramo de rosas virtuais, bem vermelhas, que enviavam diariamente um ao outro, através das conversas que tinham na net.

Mas hoje não, hoje, foi ele que recebeu um verdadeiro ramo de rosas, um "bouquet" de rosas vermelhas, de um vermelho forte, profundo, a expressar a intensidade e a força dos afectos que ela sentia por ele...

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