O dia acordou lindo, cheio de sol, fresco como seria de esperar numa manhã de outono.
A bica habitual na Versailles, um ritual de domingo, desta vez foi alterada. Meteu-se na moto, atravessou a ponte, e foi até Sesimbra.
Ver o mar de perto, naquela praia de areia estreita, junto às arribas, a sentir-lhe o cheiro a sal, a conversar com as ondas e segredar à espuma.
Ao sair reparou nas marcas das suas pegadas deixadas na areia daquela maré vazia e pensou que, dali a pouco, iriam desaparecer assim que as primeiras águas da maré a encher ali chegassem.
Fáceis da apagar, estas marcas de areia; assim outras, as da vida, às vezes se pudessem desfazer com a mesma facilidade.
A bica, essa, foi tomada num café de pescadores, acompanhada de uma broa de Alfarim, apenas levemente perfumada a anis e tostada, como ele gostava.
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