"Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente..." (Antero de Quental - Sonetos).
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente..." (Antero de Quental - Sonetos).
De repente, ainda com o nevoeiro persistente, a tristeza apareceu e ele, tristemente, sentou-se na amurada, perscrutando a vida, interrogando a alma, ouvindo um lamento que parecia vir daquele céu cinzento e nevoento, um lamento surdo, quase imperceptível, vago, mas que lhe fazia dor no peito, no coração, na alma?
Seria a solidão? O sentir-se só no meio dos outros? O querer isolar-se porque assim sentia a sua própria companhia?
E ao escutar o céu pesado e nevoento que via de diferente? A visão de um grito ou o escutar de um lamento? Um grito forte, arrasador, perturbante, qual raio de tempestade alucinante? Ou um lamento que vagamente lhe aparecia, saindo das coisas, saindo do nada?
Escutava também o tempo que ia passando lento, vagaroso, agarrado a si a aconselhar a sabedoria da espera, da paciência. O tempo que lhe aconselhava paz, que lhe dizia: espera! porque sempre alcança!
Escutava também o tempo que ia passando lento, vagaroso, agarrado a si a aconselhar a sabedoria da espera, da paciência. O tempo que lhe aconselhava paz, que lhe dizia: espera! porque sempre alcança!
1 comentário:
ESPERANÇA! O MOTOR DOS CORAÇÕES TRISTES.
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