"Neste dia de mar e nevoeiro... são os longos horizontes, os ritmos soltos dos ventos e aquelas aves... voam sempre dentro do teu sonho como se o teu olhar as sustentasse" (Sophia, 1950).
E veio um nevoeiro inesperado, súbito e manso, silencioso, como é sempre o nevoeiro; os horizontes perderam-se do limite do mar - mais perto? mais longe? -, mas na certeza de que estão lá, sem distância, sem tempo, mas ao dará que ele concede.
O vento, esse, acomodou-se, parou de correr e começou a cirandar, a passar na peneira do nevoeiro, a soltar-se em ritmos dispersos, em brisas momentâneas, inconstantes, flanantes.
E as aves a voarem, em círculos, para dentro da imensidão dos sonhos feitos de bruma, de olhares distantes, e a sustentarem-se nessa visão inquieta de certezas inconcretas de que são feitos esses mesmos sonhos.
1 comentário:
O SONHO É MINHA MELHOR EMBARCAÇÃO. O REAL É TÃO MAÇANTE.
Enviar um comentário