Hoje passei à porta do Hospital onde trabalhei: o Hospital Laennec.
Já não é.
Está tudo fechado, mas com os edifícios íntegros.
Tem à porta uma série de cartazes a dizer que não vai ser mais dedicado à saúde, mas ao condomínio. Está escrito nos cartazes que vão construir um condomínio fechado (de luxo, direi eu) mas que vão manter a traça e os edifícios. São pavilhões em tijolo, feitos para um Hospital. Trabalhei ali muito. Fiz parte duma equipa internacional sob a batuta do meu "patron" Prof. François Ruff: Peter Macklem, Roussos, Christian Préfaut, Geneviève Di Mateo, entre outros... Desenvolvemos uma série de novas tecnologias sobre as pequenas vias respiratórias, os músculos respiratórios, a respiração no mergulhos, os débitos das pequenas vias, realizámos os primeiros trabalhos em cromatografia líquida de alta pressão, estudámos os primeiros derivados da aminofilina e a sua acção sobre o músculo pulmonar e as vias respiratórias... Um trabalho de que me orgulho.
Fica a nostalgia, fica a recordação, fica a saudade.
Ficou, também, uma lágrima ao canto do olho que, teimosamente, não quis sair quando lhe passei com o lenço para a limpar.
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