Bom dia, disse ele.
Bom dia, disse ela.
Eram assim, quase todos os dias, os DIÁLOGOS DE ACORDAR. Houvesse linha telefónica, que a distância não contava.
Ele, longe, cada dia quase em seu lugar, gestor, enólogo, a tentar colocar os seus vinhos nos melhores mercados.
Ela, em casa, no seu dia a dia de psicóloga, a tentar entender a alma e as ansiedades dos outros.
Assim começavam o dia.
Falavam os dois, do trabalho desse dia, diziam palavras bonitas um ao outro e, assim, o dia ia correr bem!
Ao fim do dia, cansados do dia, ela esperava o toque. De telefone na mão... quase ansiosa.
A voz dele, a contar do dia, das vendas conseguidas, das perspectivas de mais negócios... a voz dela, das novidades da família, do trabalho esgotante nesse dia, do cansaço, da saudade...e tudo acabava com troca de mimos, com palavras doces, com renovar de promessas.
Esta era sempre a melhor parte do dia, a dos DIÁLOGOS DE ADORMECER.
Mas, quando ele estava em casa, os diálogos adormeciam juntos...
Mas, quando ele estava em casa, os diálogos adormeciam juntos...
2 comentários:
Deve ser bom adormecer em diálogo, principalmente quando o diálogo é feito de cumplicidades.
adormecer o diálogo.
excelente metáfora. como quem acorda para a ternura..
_______________
Enviar um comentário