Tudo estava pronto, o texto bem decorado, as dicas estudadas, as entradas no tempo certo, a dicção correcta, tudo pronto para o ensaio geral.
O palco com o "décor" adequado, as luzes acertadas, o ponto no lugar, os outros actores no sítio certo.
Só faltava ela.
Era quase sempre assim. Chegava sempre atrasada. Não se sabe se por capricho, por modo de chamar a atenção, ou porque o relógio dela se atrasava, sempre, naquelas ocasiões.
Os que não gostavam dela diziam que era por uma questão de capricho, já os defensores alinhavam pela hipótese do relógio atrasado.
Finalmente, apareceu, com ar de desdém, um tanto indiferente à ansiedade e impaciência dos outros...
Era o ensaio geral. A estreia seria no dia seguinte. O palco cheio de público convidado.
As pancadas de Molière e o espectáculo a iniciar.
Tudo certo, tudo afinado, o ensaio geral a ser um êxito... aplausos de pé, flores, muitas subidas à cena.
Ele resolveu oferecer-lhe uma prenda, um relógio de ouro, lindo, quase como uma jóia. Com uma particularidade, estava sempre adiantado 10 minutos.
No dia seguinte, no da estreia, foi a primeira a entrar em palco!
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