segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A DESPEDIDA

Começou o regresso, lento como convém, para que deixe ficar as saudades bem calcadas e bem empacotadas.

Como o empacotar das roupas nos sacos, o arrumar do computador na pasta, o guardar da máquina fotográfica no estojo, o fechar da "Cidade de Ulisses" com o marcador na página 29, o encerrar das escotilhas do barco. 

Depois, a última verificação às velas e aos cabos, o assegurar da boa colocação das defensas e, de sacos às costas, deixar o último olhar.

O caminhar lento pelo cais, o arrumar da tralha no carro, um café, agora saudoso, na esplanada do Aqvavit e o partir.

O sol, também, a não querer ir embora, a não querer mergulhar na noite e deixar-se ficar, quase quieto, quase parado, como que a despedir-se, também...

(Vilamoura - Agosto de 2011)




mnmn

2 comentários:

Anónimo disse...

Curiosamente, há despedidas boas.
Beijos
Berta

Anónimo disse...

Despedidas assim também quero! Dessas que podemos empacotar e guardar!
Gostei!
Beijos.