O Tribunal foi explícito: os crimes foram dados como provados e as penas anunciadas.
Mas neste país do faz de conta, para os criminosos o Tribunal não vale de nada, a Juíza é uma incompetente, as crianças que foram sodomizadas são mentirosas, as evidências afinal não são, as provas são mentira e, a tudo isto, a imprensa, a rádio e a televisão dão cobertura de excepção, deixam que se organizem conferências de imprensa para negar o que a Justiça deu como provado, para escamotear evidências, para insultar arrogantemente quem julgou e tem razão. É a fuga para a frente. Como se fossem heróis.
Pobre país este, de faz de conta, que dá cobertura a esta vergonha nacional, que parece proteger os culpados e culpar os inocentes.
Mas não é só neste caso ignóbil da pedofilia: são as faces ocultas do Godinho (o único que ficou preso) enquanto os marmanjos que se serviram dele ainda recebem compensações chorudas para saírem dos lugares que ocupam, são as falências de bancos privados, capitalizados com as economias de quem trabalhou toda a vida e agora se vê privado dos seus bens - o responsável do Banco de Portugal que não curou deste e doutros processos, que deixou fugir o dinheiro para paraísos fiscais, recebeu o prémio devido e é vice-presidente do Banco Europeu (uma vergonha!) -, são os todos os dias de trafulhices e vigarices em que nunca se encontram, ou faz de conta que não se conhecem, os culpados.
É este o país que somos, infelizmente.
Andam todos, andamos todos, a fazer de contas...
1 comentário:
Infelizmente, esta descrição é correcta
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