Ficou assim, suspenso nas palavras, parado nos movimentos, quieto nos pensares. Imóvel, como uma estátua.
Tal como o fim da tarde que, entretanto, acontecia, com o sol a despedir-se do dia, a esconder-se para lá do horizonte, no mesmo momento em que as aves se aquietavam, as folhas deixaram de se mexer e os barulhos se silenciaram.
Dura pouco tempo, esse momento em que a natureza suspira fundo, se aconchega e se enrola na manta do crepúsculo.
Depois do tal instante, do tal momento, tudo volta, tudo recomeça, tudo continua: a palavra que tinha ficado suspensa saiu da boca, os movimentos voltaram a ter animação e o pensamento retomou o seu rumo.
Como se fosse num filme em que a imagem pára, o fotograma imobiliza e, depois, tudo recomeça.
Nem sempre isto acontecia, esta comunhão com a natureza, este momento de magia...
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