É automático!
Entra o outono, o tempo modifica-se e desata todo o mundo a tossir, a espirrar, a ter impressões na garganta, a sentir a voz nasalada e o nariz obstruído.
As salas de espera dos hospitais e dos consultórios enchem-se de tosses variadas, principalmente a tosse seca, irritativa, tosse de cão, que não só cansa o próprio, mas também os outros por terem que escutar aquela sinfonia de ruídos incómodos.
As farmácias enchem-se, as vendas de xaropes, de pastilhas, de comprimidos e de vacinas exponenciam, as ervanárias quase deixam esgotar o "stock" de ervas para infusões contra a tosse, o catarro, a gripe, as constipações.
Os remédios caseiros dos gargarejos de água com sal, do leite morno com mel, da gemada com vinho do porto, são os mais aconselhados pela vizinha, pela avó velhinha, assim como a canja de galinha que faz bem às constipações.
É um tempo de efervescência dos vírus, das bactérias, dos ácaros e de toda uma bicharada que irritam os narizes, chateiam as gargantas e, sobretudo, incomodam os ouvidos dos outros, principalmente quando se está num concerto e o silêncio é brutalmente agredido por um "cóf cóf" irritantérrimo.
E tudo começa, também, porque as aulas já iniciaram, os infantários abriram, as férias acabaram e dezenas de milhares de crianças, são encerradas em espaços fechados, prontas a contaminarem-se uns aos outros, aos educadores, e a trazerem a bicharada toda para casa.
Na gíria médica costumam chamar-se os infantários, os "infectários", isto porque as crianças são os mais importantes veículos transmissores de infecções das vias respiratórias, e levam tudo para casa.
Já estou quase como o Fernando Pessa: "E esta, hein"!!!
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