De São Gonçalo, a vista sobre o porto é soberba. Fica mesmo no enfiamento do olhar, com os barcos, os guindastes e toda a vida de um cais marítimo. Chegavam, distantes, os sons da azáfama portuária.
Disposta em semi-círculo, como um anfiteatro de casas, a cidade espalhava-se pelo monte acima.
A tarde ainda quente, sem nuvens e sem ameaça de chuva, pedia um passeio a pé, até ao centro, à cidade histórica. Eram uns 4 ou 5 quilómetros, a descer calçadas íngremes e mal empedradas, a tornarem, complicado e inseguro, o andar por aquelas ruas estreitas com os carros, na loucura inconsciente daqueles motoristas, a passarem tangentes assustadoras.
O Caminho do Lazareto, Santa Maria Maior, o largo do Corpo Santo, o Mercado dos Lavradores, a Alfândega, e a Sé, bem no centro da cidade. Um sentar de repouso na esplanada do Golden Gate, uma bebida, e a praça, com o chão feito de desenhos de calcário e basalto, a convidar a um deambular calmo de apreciação e a dirigir os passos para a entrada do Jardim Municipal feito de árvores de porte magnífico, exóticas, algumas floridas, de canteiros de orquídeas, e de fontes e lagos habitados por peixes e cisnes.
Os tons do céu daquele fim de tarde, misturados com os do mar, que àquela hora serenara, eram o fundo da tela de cor e encanto que esta cidade sempre desperta.
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