sábado, 4 de setembro de 2010

A FESTA

Foi no Reguengo.

Com jantar, com largada de touros, com banda de música, com baile, com algodão doce, com farturas, com cerveja, com quermesse, com rifas, com barraquinhas de artesanato, com muita gente e com muita animação.

É o costume todos os anos, por esta altura, até ao dia 8, o verdadeiro dia da festa. Mas é preciso aproveitar os fins de semana com os forasteiros, os emigrantes que estão quase de abalada para França, para o Luxemburgo e para a Alemanha, e, por isso começa logo no fim de semana antes. É uma maneira de se arranjar mais algum dinheiro para a Comissão das Festas, para os Bombeiros e para o Centro de Dia. 

Paga-se um entrada, a preço simbólico, há T-shirts alusivas à Festa a 9 euros e, durante as semanas anteriores, andou-se na visita aos comerciantes da terra e vizinhas, a tentar arranjar uns subsídios, com a contrapartida de um anúncio no cartaz das festas.

Lá estava, em várias paredes, nos troncos das árvores mais visíveis e mais grossas: Grandiosas Festas do Reguengo em honra de Nossa Senhora dos Remédios e do Padroeiro São Gregório Magno, com Santa Eucaristia, Largada de touros, Tourada à Vara Larga, repicar dos sinos, corridas de carrinhos de rolamentos, torneio do jogo do pião e doutros jogos tradicionais,  bailes e mais actividades.

Um fartote!

Tudo começou com a Missa Solene, cantada e acompanhada com órgão electrónico, no Adro da Igreja, porque lá dentro ninguém cabia, dada a pequenez do templo. O Senhor Prior fez uma homilia homenageando a Senhora dos Remédios e fazendo a apologia à vida de dedicação às causas nobres de São Gregório Magno.

O jantar, de frango assado e entremeada, estava uma delícia, a música um primor, apesar dos dois ou três pormenores de desafinação, na Largada, os toiros cumpriram e conseguiram dar cabo do canastro a três destemidos jovens (uma ninharia comparado com o ano anterior), a Tourada à Vara Larga, com a "Mesa da Tortura", foi temerária e acabou numa risota pegada.

Muito algodão doce, muitos fritos e farturas, muita cerveja a escorrer e a entusiasmar o povo que ainda não estava suficientemente animado.

Mas foi o baile, com marchas, sambas, chá chá chás, pasodobles, tangos, valsas e merengue, que valeu pelo resto das festas: casais, sozinhas e pares femininos a rodos, animaram a noite pela mesma a dentro.

Ainda bem que há festas como estas, em que o povo se diverte e esquece o dia a dia do seu viver.

Ainda bem que há muitas Senhoras dos Remédios, da Esperança e do Livramento, para ajudarem a remediar a vida, mantendo a esperança de dias melhores e sempre pedindo para nos livrarem desta política, destes políticos, desta desgovernação.

1 comentário:

Nuno Lacão disse...

Muito obrigado pela sua presença, companhia e amizade. É com um grande esforço das gentes do Reguengo e amigos que se realizam as festas.
O melhor reconhecimento do trabalho e das festas é aparecer… trazer um amigo, e o amigo do amigo. Passar a palavra, mensagem a perdurar no tempo do que é a nossa terra, gentes e costumes.
Apareça sempre!
Apareçam sempre!