Na escuridão daquela sala
uma luz de laser, de cor vermelha,
guia o nosso olhar
demonstrando a evidência de um novo marcador,
indo na descoberta duma célula até então desconhecida,
ou na indicação dum sintoma fora do vulgar.
Mas,
oh contradição,
se a ciência é luz,
se a ciência é descoberta
se a ciência representa abertura,
porque temos, então,
de nos fechar sempre numa sala assim escura?
Responde o sábio:
Amigo, é sina humana
sonharmos com a luz
e persegui-la
dentro da sala obscura
a que chamamos Universo.
E, se nos tenta a ânsia
dum momento fugaz de claridade,
há que fazer um verso
e regressar à circunstância
da sábia obscuridade.
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