O vento era forte
Despenteava as cabeleiras das ondas
E estas, num acesso de raiva incontida,
com uma fúria embravecida
e ajudadas pelo vento norte
castigavam, com força,
aquela rocha,
ali adormecida.
E desfaziam-se em mil espumas
brancas,
leves,
inofensivas.
Até parecia
que aquela rocha,
ali quieta
transformava
a ira em calma,
a violência em brandura,
o azul em alvura.
Quem isto via,
de certeza
tinha alma de poeta!
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