quarta-feira, 24 de março de 2010

ALMA DE POETA











O vento era forte
Despenteava as cabeleiras das ondas
E estas, num acesso de raiva incontida,
com uma fúria embravecida
e ajudadas pelo vento norte
castigavam, com força,
aquela rocha,
ali adormecida.

E desfaziam-se em mil espumas
brancas,
leves,
inofensivas.

Até parecia
que aquela rocha,
ali quieta
transformava
a ira em calma,
a violência em brandura,
o azul em alvura.

Quem isto via,
de certeza
tinha alma de poeta!

Sem comentários: