A Gabriela trabalhava para uma empresa de limpezas.
Era romena, tinha 21 anos, veio para Portugal com 19 anos e fazia a limpeza diária da clínica.
A empresa que a contratou cobrava, por cada hora de serviço, 7 euros, e a Gabriela recebia apenas 2 euros. Cinco euros que ficavam, bem guardados, nas mãos de quem sabe bem explorar estes trabalhadores vindos de longe e que aparecem sem mais nada do que uma mão vazia à frente e outra atrás das costas. Tinha-nos dito tudo isto há poucos dias e, por causa, queria despedir-se e ir procurar trabalho noutra empresa onde não se sentisse tão explorada.
A Gabriela era uma pessoa, quase uma menina, delicada, cuidadosa, preocupada com o seu trabalho e, porque era asmática, era seguida pelos médicos da clínica.
A Gabriela tinha cá família, um irmão casado, com quem vivia. E tinha um namorado, o Pedro, de 26 anos, com quem passava os fins de semana. A Gabriela dizia que o Pedro era o homem da vida dela.
Mas tudo é passado. A Gabriela já não tem presente e, muito menos, futuro... Nem a Gabriela, nem o Pedro!
Morreram ambos, intoxicados, num incêndio provocado por um aquecedor, aceso, que estava no quarto onde ambos dormiam.
O sonho da Gabriela era casar e ter filhos.
Agora a Gabriela vai para a Roménia onde vai ser enterrada.
Há-de ir vestida de noiva, como é a tradição romena das meninas que se foram antes do tempo...
3 comentários:
História triste!
Impressionante, fez-me chorar.
Beijinhos
Berta
Uma história triste.
Um fim trágico para tantos sonhos!!
Beijo
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