Fora a maneira de se encontrarem.
Ela acabava de sair do bloco operatório, ele acabava de fechar a porta da livraria.
Era tarde e os restaurantes estavam a fechar. Ambos com fome.
Ela não almoçara, tinha sido uma operação complicada e demorada: estava faminta!
Ele tivera a apresentação de um livro, casa cheia, um pequeno beberete, tinha bebido champagne, comido um ou outro snack, e estava necessitado de forrar o estômago.
Mas o motivo do encontro não era, apenas, a comida, ou a fome de ambos. Fome, sim, mas das saudades que precisavam de ser atenuadas. Fazia uma semana que não se viam, apenas se telefonavam raramente, um ou dois sms por dia e nada mais.
Era sempre assim quando o trabalho apertava mais. A cidade grande, as horas desencontradas, o trânsito muitas vezes congestionado, o tempo livre a encurtar-se cada dia.
Mas, quando se encontravam esqueciam as ausências e davam-se à entrega, queriam saber um do outro, falavam de cada um, tocavam-se nas mãos, trocavam sorrisos meigos, mas as intimidades, essas, ficavam para o aconchego da casa que, silenciosa, os aguardava...
Ele escolheu, para ela, um lombo de porco com ananás e, para ele, ela escolheu um frango tostado. Beberam da mesma água, comeram do mesmo doce e terminaram com um café.
Saíram do Self Service e continuaram a noite na boa companhia um do outro...
1 comentário:
É tão absolutamente fantástico poder partilhar momentos assim. Acho que esse lombo de porco me saberia a lagosta!
Beijinhos
Berta
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