Hoje teve que sair mais cedo de casa. Felizmente não mora muito longe do local de trabalho e deu para ir a pé. Por isso saiu mais cedo.
É que hoje foi decretada uma greve dos transportes. E, aqui na cidade, as greves dos transportes são feitas em séries bem coordenadas: primeiro o metro, depois a carris, entretanto os comboios suburbanos, depois os barcos da travessia do Tejo, de novo o metro e assim por diante...
Um ver se não te avias e se ficas em casa e não vais trabalhar. Um modo de impedir que outros trabalhadores, os que precisam do seu trabalho, vão para o seu emprego e, ao não irem, não recebem o dia ou, se chegam atrasados, são-lhes descontadas no salário essas horas de trabalho a menos ...
Não há dúvida que perturba, que incomoda, que vai aos bolsos daqueles com menos posses económicas, daqueles que têm mais dificuldade em viver com o dinheiro que ganham.
É assim a justiça desta greve: a prejudicar os trabalhadores mais débeis, aqueles que, não tendo meio próprio de transporte, têm de ficar em casa, com faltas não justificadas, com cortes fundos no já magro salário.
Não haverá outro modo de fazer greves, sem causar danos económicos nos menos capazes? Naqueles em que o trabalho é, não a sua forma de vida mas um modo de sobrevivência?
É que, de certeza, não foram eles os causadores da crise, não foram eles os responsáveis pelos motivos que levam os trabalhadores dos transportes à greve e não serão eles os que irão lucrar, alguma coisa, com este tipo de greve.
Então porque é que eles é que são os mais penalizados? Porque é que têm que sair prejudicados?
É sempre assim, no final quem é que se lixa?... o mexilhão, claro!
2 comentários:
Por vezes damos por nós a pensar em situações cada vez mais comuns no nosso dia a dia.
Greves nos transportes, como muito bem disse, só servem para prejudicar o mais pequeno.
Uma forma de fazer greve e que iria prejudicar os patrões (que é esse o maior interesse, afinal)seria andarmos de transportes e não pagarmos, isso sim, seria mais justo.
Abraço!
Concordo inteiramente com a Carlota! Temos de mudar as formas de protesto. Porque urge continuar protestando!
Beijinhos
Berta
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