A noite passada e o dia juntaram os ingredientes todos: vento, chuva, trovoada e acentuado arrefecimento noturno.
Depois de um tempo manhoso, de um verão fora de época, de uma instabilidade atmosférica pouco habitual, o tempo invernoso veio em força.
Confesso que tinha saudades de andar à chuva, de me deslocar a pé de gabardina e com o chapéu de chuva a ser sacudido pelas rabanadas de vento, de ter as calças molhadas e os sapatos a fazerem "chap chap" ao andar nos passeios irregulares desta cidade e cheios de poças de água.
A chuva e o vento lavaram as ruas, purificaram o ar, ajudaram a respirar melhor, e o frio, ao pedir uma roupa mais espessa, deixou-nos mais aconchegados.
Claro que o frio ainda não é aquele gélido, o que desce da serra e corta a cara, greta as mãos e os dedos, tirita o corpo, faz bater o pé para o aquecer... ainda não chegámos lá, mas, pelo andar da carruagem, não deve faltar muito tempo.
Só tem um senão, ou um porém (adoro esta expressão dos meus amigos Celetristas), é que o São Martinho está mesmo à porta, faltam só dois dias e nada do verão dele, coitado! E as castanhas como se vão comer? Pingadas de chuva? E a água pé? Não ficará mais molhada? A jeropiga, diluída?
Será que com esta chuva, com este temporal, o pobre do São Martinho consegue chegar até à adega e provar o vinho?
2 comentários:
Porque este post me fez lembrar Portalegre??
Beijo
Eu adoro o inverno, já lho disse aqui. Mas, agora, temo que o frio enregele a alma das gentes... Sinto falta de calor humano!
Beijinhos
Berta
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