Encanto-me quando a cidade acorda com luz, com o sol a dourar as folhas no chão dos jardins e dos passeios.
Encanto-me quando vejo os pardais a esvoaçarem, por aí, soltos e a chilrearem de contentes.
Encanto-me quando olho as flores do jardim da praça por onde passo, cheias de cor e de viço, a contrariar o outono invernoso da véspera.
Encanto-me quando vejo as pessoas de sorriso nos lábios, a cumprimentarem-se na rua.
Encanto-me quando quase tropeço nas crianças da minha vizinhança, felizes e contentes, a correrem ao agarra, a jogarem à macaca, ali, no jardim, sob o olhar enternecido dos pais ou dos avós.
Encanto-me, mas nem sempre, não assim tantas as vezes...
É que a maior parte do tempo, quando olho e quando passo, vejo e sinto, não encantos, mas desencantos...
1 comentário:
Por vezes os desencantos também têm o seu encanto.
Beijo
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