A noite de temporal não a tinha deixado dormir.
A falta de sono, associada ao medo daquela noite, a aflição, naquela solidão, de que algo de mau poderia acontecer fizeram-lhe aparecer a asma, aquela falta de ar, aquela pieira intensa, a dificuldade em respirar, a pata do cavalo no peito...
Telefonou-lhe ansiosa, as comunicações foram difíceis por causa do mau tempo, mas sempre deu para a acalmar, para lhe indicar o que devia fazer, o comprimido, o inalador, o calor no peito... e, a pouco e pouco, tudo foi melhorando, a falta de ar, a ansiedade, a aflição, o pânico...
O resto da noite, cheia de riscos brilhantes no céu, preenchida por ribombares constantes, molhada de tanta chuva, foi mais tranquila por saber que o tinha ali ao lado, embora distante, mas à distância do telemóvel. Sabia que lhe poderia ligar, sabia que a sua voz tranquila e amiga a acalmava, lhe tirava o peso do peito e a ia acompanhar na sua solidão daquela noite...
2 comentários:
Vivi isso já. E, pior ainda, muitas vezes sem a desculpa do temporal!
Beijinhos e boa semana
Berta
O que uma voz amiga não faz...
O peito quente, descobri à pouco tempo, eheheheh que má doente sou.
Beijo
Enviar um comentário