Veio-lhe entregar, tímida como sempre, um saquinho com nozes.
Tinha-as apanhado no dia dos Santos. Fora à terra dos pais e não se esqueceu da tradição.
Valia pela intenção, pela tradição, pelo significado. Eram poucas porque o ano tinha sida mau, muitas estariam bichadas, não se admirasse, mas não queria que a tradição dos Santos acabasse.
Antigamente ele costumava receber nozes e avelãs, a jeropiga ou o vinho abafado, até porque o São Martinho não tarda.
Este ano apenas lhe ofereceram aquelas nozes, num saquinho, e algumas delas provavelmente bichadas.
Fruto do tempo, fruto da crise...
2 comentários:
Bravo!
Muito bom. Beijinhos, lola
Mesmo bichadas, ainda revela carinho. É melhor carinho bichado do que carinho nenhum.
Beijinhos
Berta
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