terça-feira, 20 de setembro de 2011

PHARMACIA

É o nome de um restaurante.

O ambiente parece-se com o de uma farmácia antiga, do tempo em que Pharmacia se escrevia assim, com os armários nas paredes cheios de frascos de vidro, balanças, espátulas, cadinhos, jarras de vidro castanho, caixas de madeira pintadas de branco com rótulos escritos à mão, naquela tinta de cor sépia, e mais uma série de outros instrumentos adequados à confeção de hóstias, comprimidos e supositórios.

Só não cheirava a remédio, a cânfora, ou a outra qualquer essência, porque o aroma que vinha do lado do Laboratório (leia-se cozinha) era suficientemente intenso para afogar qualquer outro cheiro.

Os pratos, as bebidas e as sobremesas, tudo tinha nome de remédio: do ácido acetilsalicílico ao paracetamol, da estreptomicina à claritromicina, da cânfora ao ácido bórico, do álcool desnaturado ao elixir de benzoato de sódio, da essência de terebentina à tintura de benjoim, da manteiga de cacau ao iodeto de potássio, do xarope de ipecacuanha à tisana de avenca...

Felizmente que não havia nenhuma referência a coisas do tipo estricnina, nem óleo de fígado de bacalhau, nem supositório e, muito menos, injecção.

Só se esqueceram do Leite de Magnésia Philips, das pastilhas Rennie e dos Sais de Frutos da Eno.

É que, com tanto "remédio" a atacar o estômago, não deve haver enfartamento ou azia que não se faça sentir com aquele horrível ardor no esófago a vir por ali acima!

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei se eu gostaria de jantar, ou almoçar, rodeada de remédiso ou sugestões de doença. Mas é uma ideia gira! Lisboa está na senda do progresso (sucesso?)
Beijos
Berta