quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O ARROZ DOCE

Fora mais um encontro do que uma celebração.

Um encontro de amigos que se vêem de tempos a tempos.

Tinham combinado um almoço num restaurante de ambiente familiar, numa zona sossegada da cidade, para poderem falar calmamente, sem as pressas de quem tem coisas para fazer.

Chegaram a horas, quase todos! O "Gordo", esse, era sempre o último, não que fosse por pirraça, mas antes por uma questão de lentidão: gostava de fazer tudo devagar, a falar era pausado, a comer era compassado, a andar arrastava-se...

A ementa do almoço era a da casa. Ninguém quis a sopa juliana e preferiram começar pelos peixinhos da horta, acabados de fritar. Pela pesca constante à travessa de onde vinham, deu para entender que deveriam estar uma delícia: o polme bem fino e muito enxuto, estalava à primeira dentada. Depois, veio o polvo à lagareiro, servido em doses individuais, bem macio e suculento, com o azeite ainda a ferver.
 
A sobremesa veio numa travessa, uma enorme travessa de arroz doce, bem amarelado pelas gemas dos ovos de galinhas do campo. Ainda vinha morno e cheirava a doce. 

Por cima, numa caligrafia tosca de canela, feita pela cozinheira, a palavra AMISADE, a dar o toque final à refeição.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um bom arroz doce justifica bem mais um erro ortográfico do que um acordo IDIOTA!!

Beijos
Berta