sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ARITMÉTICA

As operações principais (e únicas?) da Aritmética eram quatro: de Somar, de Subtrair, de Multiplicar e de Dividir. 

Na Escola, a Aritmética aprendia-se com a Tabuada que, para melhor a saber e decorar, era cantada: "um e um dois", "um e dois três", "cinco vezes quatro vinte", "oito vezes sete cinquenta e seis"... era assim, numa cantilena cadenciada e soletrada por todos, com a professora ou o professor a servirem de maestro, de batuta ou cana em riste a marcar o ritmo e a bater na cabeça das crianças, quando estas falhavam a "rima".

 


Ficou para a vida de todos: a Tabuada!




Quem não a sabia tinha que contar pelos dedos, não havia máquinas de calcular, não havia ábacos... e, de certeza que, quem não a soubesse, não passava de classe.




Vieram os novos métodos de ensino, apareceram as calculadoras e acabou-se com a cantiga da tabuada... que isto de decorar é antipedagógico e os professores não podem exigir que os alunos saibam a tabuada de cor e, muito menos, dar-lhes com a batuta na "mona".

Mas, apesar de tudo, sempre ficaram as quatro operações fundamentais: Somar, Subtrair, Multiplicar e Dividir.

Hoje dei-me conta que este Governo e a Troika introduziram mais uma operação aritmética no nosso quotidiano: a das contas de Sumir

É que com todos os cortes salariais e de pensões, com os aumentos dos transportes, com o galopar do IVA, com os custos do gás e da electricidade a subirem em flecha, com os impostos a crescerem de forma desmesurada, e com tudo o mais que irá aparecer, já não há Aritmética que aguente: não há soma que chegue, multiplicação que aumente, subtracção que diminua ou divisão que reparta.

Agora é só a SUMIR: o dinheiro dos bolsos, os depósitos nos bancos, a comida à mesa...

Até parece que só quem trabalha é que tem que ASSUMIR com a responsabilidade que outros não quiseram ASSUMIR.





1 comentário:

Anónimo disse...

Se não fosse trágico, até seria engraçado. Mas as contas de sumir fazem-nos tremer!!!

Beijos
Berta