Nem reparava nela se não tivesse orvalhado e as gotas de água não tivessem ficado aprisionadas na teia que uma minúscula aranha, tão engenhosamente, construiu.
Era para ficar invisível mas o orvalho traiu-a, pô-la a descoberto, tornou-a visível ao olhar. Mas esta visibilidade é de curta duração: mal os raios de sol comecem a despertar e a incidirem sobre as gotículas de água esta, sem deixar de o ser, muda de estado, evapora-se e, tal como a teia, também se torna invisível.
Num momento sabemos que estão lá, a teia e a água, porque as vemos mas, logo a seguir, como num passo de mágica, deixam de se ver, criando uma ilusão no olhar.
E quantas teias, quantas armadilhas não estarão na nossa frente e nós, pura e simplesmente, não as vemos? Quantas vezes esbarramos nelas, caímos e tropeçamos, só porque não damos conta da sua existência? Mas elas estão lá e, às vezes, basta uma coisa tão simples, como um orvalho da manhã, para nos abrir os olhos e evitar quedas e tropeços.
Acho que vou passar a andar com um borrifador de água sempre que me aventurar em passeios desconhecidos, sempre que andar por caminhos complicados, sempre que quiser ir mais além do que conheço e sei. Basta um borrifo e as teias e armadilhas ficam visíveis e as aranhas completamente frustradas...
Simples, não é?
Tomara que fosse...
2 comentários:
Mais grave é quando as teias brilham, seduzem, parecem seda e, de repente, se transformam em terríveis prisões...
...terríveis prisões...só para quem as observa desse prisma...
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