Lembrou-lhe a caravela de cristal, prisioneira dentro de uma garrafa, também de cristal, que tinha lá por casa.
Mas esta era enorme, a encher um dos cantos da praça. Uma caravela de aspecto oriental, tailandesa, seria (?), de forma esguia e elegante e com um colorido variado nas suas velas. Cheia de tantos pormenores que só faltava, agora, a imaginação deixar ver homens liliputianos a navegaram naquele barco; numa viagem parada, sem ondas, sem ventos, sem chuva e sem tormentos, ali, dentro daquele invólucro de vidro que não deixava ir a lado nenhum.
Nessa noite, ao jantar, junto com o café, e ao lembrar-se da caravela engarrafada, apeteceu-lhe, de forma irresistível, beber uma aguardente de pêra, daquela que vem numa garrafa com a pêra prisioneira lá dentro.
(Londres - Trafalgar square - 2010) |
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