Andava meio adoentado, muito cansado, cheio de muito trabalho e a dormir pouco.
E, quando chegava o fim do dia o cansaço tomava conta dele tornando-o mole, apático e sonolento.
Ele tentava insistir, tentava lutar contra esse cansaço mas, cada dia, era pior.
Até que, naquela noite, na noite do eclipse lunar, se foi sentar no terraço para ver a lua a desaparecer e, depois, esperar e voltar a olhar para ela a descobrir-se, a mostrar-se a rainha da noite, no seu esplendor de lua cheia.
Venceu o cansaço! Na noite quente, na cadeira confortável, na posição de meio deitado, era ouro sobre azul! Em menos de dois minutos, fez um auto-eclipse nos seus olhos e adormeceu profundamente até acordar com a sensação de frio a invadir-lhe o corpo.
O eclipse já tinha passado, a lua, magnífica no seu luar cheio, sorriu-lhe de cumplicidade e ele agradeceu.
Não viu o eclipse mas perdeu muito do seu cansaço.
Aquele banho de lua escondida recuperou-o e deu-lhe alento.
Foi deitar-se a cantar o "Tintarella di luna"...
Tintarella di luna,
tinterella cor di latte,
tutta notte sopra il tetto,
sopra al tetto come i gati...
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