quarta-feira, 2 de março de 2011

A VIAGEM

Chegou cansado.

Um dia de muito trabalho, a sair já tarde, o carro avariado e a necessidade de, à última hora, ter de arranjar um de substituição, a viagem longa, o trânsito caótico, filas intermináveis, as luzes dos carros em sentido contrário a cansarem-lhe a vista e a sentir necessidade de fechar os olhos pelo incómodo, pelo cansaço e pelo sono que começou a aparecer. 

A noite fria, com avisos constantes de "perigo gelo" a exigirem uma condução ainda mais atenta e a tornarem a viagem ainda mais cansativa e incómoda.

Uma estação de serviço, uma paragem para a bica quente e forte, um salgado, o chi-chi, dez minutos de banco recostado, um adormecer relâmpago, um acordar rápido, e o torna a viagem. 

Mais 150 Km a parecerem não ter fim.

Finalmente chegado, tarde na noite, o hotel vazio de pessoas àquela hora, os vidros embaciados pelo frio da rua, mas o quarto aquecido, confortável, de cama larga e macia, a convidá-lo para um sono fundo.

Nem desfez a mala, deitou-se e, quase instantaneamente, adormeceu.

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