Fazia tempo que não tocava na caneta de tinta da china, nem nos lápis de cor especiais que guardava no estojo de madeira.
Mas hoje, porque o dia de sol estava lindo e acolhedor, resolveu pegar na pequena pasta onde tinha o material de desenho e foi até ao jardim.
Sentou-se no seu banco preferido, bem afastado dos ruídos da cidade, acomodou-se e deixou-se estar ali, tranquilo, a escutar a natureza, a sentir o perfume das flores acabadas de abrir, a alegrar-se com os pássaros que cantavam por todo o lado.
Tinha trazido o saco com o miolo do pão e, ao espalhá-lo pelo chão, diante de si, cedo se viu rodeado de pequenas aves, famintas e agradecidas por aquela dádiva inesperada.
Abriu a pasta, tirou o caderno de folhas brancas, pegou no lápis e na borracha, e esteve entretido a fazer esboços daqueles pássaros irrequietos e saltitantes. Quando acabou o pão e os pássaros se foram embora, fechou o caderno, arrumou o lápis e a borracha no estojo, colocou tudo na pasta e foi embora.
Depois, em casa, na tranquilidade do seu estúdio, deu vida e cor aos esboços da manhã.
1 comentário:
Adorava desenhar assim...gostei muito.
Enviar um comentário