quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A ROSA VERMELHA

Tinham ido à praia... ele tinha saudades do mar, ela do sol, do sol que lhe aquecia o corpo, lhe amorenava a pele...

Passearam juntos pela beira-mar fora, correram atrás das gaivotas, sentaram-se na areia molhada,trocaram abraços, beijos, e, sobretudo,  juras de amor, promessas de fidelidade, de cumplicidade, de verdades...

Apanharam conchas, imaginaram figuras nas nuvens brancas daquele céu azul, escreveram os seus nomes na areia, desenharam corações e setas de cupido a atravessarem-nos e construíram castelos.

Deixaram que a maré voltasse e fosse, lentamente, onda a onda, apagando as marcas deixadas naquela areia... 

Depois de tudo liso, sem desenhos, sem castelos, sem pegadas, como se tivessem diante de si uma mesa imensa, com uma toalha cor de areia, ele tira da mochila os copos de cristal... bem aconchegados... a garrafa do champanhe... ainda bem frio... e deixa que a rolha salte como explosão de um orgasmo!

Brindaram à felicidade de momento, ao amor, à construção do futuro, à vida a dois a avizinhar-se...

Abre, de novo, a mochila e tira uma rosa... vermelha...  para ela, para o culminar da emoção do momento...

E, enquanto foram tomar banho, deixaram a rosa dentro da garrafa, ainda meio cheia, a beber, também, daquele suco, daquele néctar,  pétillant...  cheio de gás feito bolhinhas... e a transformar aquele champanhe bruto num doce champanhe rosé!




(Ribeirinha - Salvador - Fevereiro de 2007)

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