O almoço tinha sido uma delícia, a Perdiz à Glória estava divinal, o leite creme a deixar saudade em cada colher que era comido, o vinho com uma textura aveludada e toques de baunilha. Terminou com o café e com o sorriso do empregado quando entregou a conta.
Passou a tarde a falar do almoço, a falar da perdiz à Glória, e que estava uma glória... tinha achado piada ao trocadilho - glória à Glória - e não parou de falar disso... glória à Glória, a perdiz, e o leite creme, com o açúcar queimado. Aliás, não sabia do que gostava mais, se do leite creme ou daquele açúcar caramelizado, queimado, a impregnar de sabor aquele creme.
Começou a sentir um ligeiro desconforto no estômago, um certo ardor, uma azia, depois um enfartamento, depois uma náusea, uma agonia... e lá se foi a perdiz, o vinho, o leite creme...
Naquela noite, o jantar foi um chá e duas torradas...
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