domingo, 29 de abril de 2012

NEVOEIRO

O dia hoje acordou cerrado, de um cinza esbranquiçado, quase opaco, a barrar as vistas, a ocultar os olhares, a esconder o horizonte, a deixar que, cada um e cada coisa, perdesse a sua sombra... quase a sua identidade.

Esta manhã, ao abrir as portadas da janela, foi como se deparasse com um vidro fosco em que só a claridade cinza, quase esbranquiçada, dominava e separava do mundo; apenas os ramos das árvores mais próximas deixavam a sua impressão em riscos ténues, como que levemente desenhados; os sons do campo pareciam filtrados por algodão e os badalos, das ovelhas ao lado, ficavam distantes, como se estivessem na outra encosta, lá longe!

Hoje, por ser domingo, soube bem o acordar nesta envolvência de paz, nesta ausência de cor, nesta luminosidade alvacenta, como se o acordar tivesse acontecido na virtualidade das nuvens, como se fosse o acordar dum sonho...

 

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