quinta-feira, 19 de abril de 2012

ANDORINHAS

Já chegaram e já andam no arranjo dos ninhos que deixaram do ano anterior. Dizem que a andorinha volta sempre ao mesmo ninho. As do meu lugar, não sei, não sei se são as mesmas do ano passado e se são as que nasceram por aqui. O que sei é que elas voltam, sempre, para anunciar a primavera, ficando-se a gozar o verão e a partirem no outono para fugirem ao inverno mais rigoroso daqui.

Agora os ninhos, esses, vão ficando de uma época para outra. Desde que não haja nada que dê cabo deles, vão ficando, com mais ou menos estragos causados pelas chuvas, pelos ventos e pelo frio do inverno. E, agora, com esta chuva abençoada que lhes fornece a lama fresca, elas andam mais apressadas na reparação e no completar da sua casa que também serve de maternidade e de jardim de infância.

Dá gosto vê-las no currupio do vai e vem, de as ver voar bem alto à procura do alimento, do piar satisfeito quando regressam a casa...

Gosto do preto e branco das suas penas, como se fossem um "cliché" fotográfico do preto e branco de antigamente a sobrepor-se ao colorido da primavera.

 

(do autor)

Deixo alguns provérbios "andorinheiros":

Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera.

Uma andorinha não faz a Primavera.

Uma andorinha só não faz Verão.

Nem um dedo faz a mão nem uma andorinha faz o Verão.

Andorinha por fora não tarda a chuva uma hora.

Se as andorinhas partirem em Outubro seca tudo.

Andorinha rasteira, sinal de ventaneira.

Mais come o boi de uma lambida que cem andorinhas.

A andorinha salvou o rei leão.

Andorinha que voa com morcego acaba dormindo de cabeça para baixo.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Muito obrigada pelo envio deste belo e lírico testemunho. Beijinhos, lola

Anónimo disse...

Lindas e livres as andorinhas!
bjs
Berta