A sala era enorme, com as duas televisões, uma de cada lado, a debitarem um desses programas cor de rosa, num som alto, quase estridente.
As mesas, cobertas de toalha de papel e encostadas umas às outras, quase davam, àquela sala, um aspecto de cantina social, pronta a receber os operários de uma fábrica qualquer que existisse ali por perto.
As mesas, cobertas de toalha de papel e encostadas umas às outras, quase davam, àquela sala, um aspecto de cantina social, pronta a receber os operários de uma fábrica qualquer que existisse ali por perto.
Entraram na sala vazia e tiveram dificuldade em escolher mesa tal a quantidade de oferta. Olharam à procura de um local sossegado, o mais longe possível das imagens cor de rosa e, sobretudo, daquele som alto e castrador de conversas.
Ainda antes de se sentarem, naquela hesitação de escolha, o empregado de mesa tratou logo de anunciar que o prato do dia era arroz de tamboril.
Fazia tempo que não o comiam e, por isso, se decidiram pela sugestão.
Pediram uma sangria branca, com muito gelo, pois o calor daquele dia quase sufocava. E pediram, também, já que mais ninguém estava na sala, que baixasse o som daquelas televisões enormes.
Quase não deu tempo para iniciar uma boa conversa. Chegou, num tacho enorme, a cheirar bem, cheio de peixe, de ameijoas e gambas; o arroz mal se notava naquela confusão de cores, naquele mar vermelho apetitoso. Nunca iriam comer aquilo tudo... Acharam que deveriam ter pedido só uma dose! De certeza que chegava e ainda iria sobrar.
Quase não deu tempo para iniciar uma boa conversa. Chegou, num tacho enorme, a cheirar bem, cheio de peixe, de ameijoas e gambas; o arroz mal se notava naquela confusão de cores, naquele mar vermelho apetitoso. Nunca iriam comer aquilo tudo... Acharam que deveriam ter pedido só uma dose! De certeza que chegava e ainda iria sobrar.
A cor vermelha do tomate imaginava sabores fortes. Estava saboroso, a saber a peixe fresco, o arroz na boa textura mas faltava, ali, o toque picante do piripiri.
Olhe que este é muito forte, disse o empregado. Não ponha mais do que três gotinhas!
E, à medida que iam comendo, à medida que o aroma se ia libertando e o sabor acentuando, o piripiri ia-se adicionado às três gotas de cada vez, conforme a recomendação, mas muitas vezes.
Rapou-se o fundo ao tacho, quase a pedir mais. Mas não! Bastou!
A sobremesa doce, de uma bem amarela encharcada, não foi suficiente para afastar os sabores fortes daquele arroz e a bica, no final, apenas espevitou a dormência que se estava a querer instalar.
A sobremesa doce, de uma bem amarela encharcada, não foi suficiente para afastar os sabores fortes daquele arroz e a bica, no final, apenas espevitou a dormência que se estava a querer instalar.
2 comentários:
Hummm! Devia ter dito onde se come esse petisco, eu adoro arroz de tamboril e, coisas minhas, três gotas de piripiri são imprescindíveis. Será pela magia do três?
Beijos e bom apetite
Berta
...A fome,é "negra"na falta duma malagueta,até as três gotas vão bem...ahahahahahha
Beijo
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