Andava à procura de uma peça especial que lhe completasse o canto da sala. Não sabia muito bem o quê!
Poderia ser um móvel, uma peça decorativa, um candeeiro...
Fora à Feira da Ladra, dera uma volta pelas lojas de "bric à brac" de Santa Apolónia e Santos, pelos antiquários do Chiado e de São Bento, passou por duas lojas de adelos na rua de São José... e nada!
Vira muita coisa, muitas peças de decoração, umas bonitas e em bom estado, mas de preço exorbitante, outras sem graça, em mau estado, também a um preço que não era propriamente dado.
Mas não encontrou nada que lhe desse agrado ou causasse surpresa.
Como não tinha pressa na compra seria tudo uma questão de paciência e de oportunidade.
E foi, de forma inesperada, que deu de caras com o biombo. No canto de um jardim, transformado em depósito de trastes, à espera que a carrinha da Câmara os levasse para o aterro municipal.
Um biombo antigo em madeira lacada, de quatro folhas, com desenhos de pássaros pintados com cores suaves, apenas com duas dobradiças de latão avariadas e que facilmente seriam substituídas.
Um biombo antigo em madeira lacada, de quatro folhas, com desenhos de pássaros pintados com cores suaves, apenas com duas dobradiças de latão avariadas e que facilmente seriam substituídas.
Uma boa limpeza e um arranjo simples recuperaram a peça que agora ocupa um espaço cheio de vida e movimento, e que foi, pela riqueza dos materiais, pelo pormenor dos desenhos e pela subtileza da pintura, dizem os que a apreciam, quase de certeza, adquirida numa boa loja de antiguidades e a um custo elevado.
1 comentário:
Eu adoro biombos! Sugerem-me sempre chaises longues, nostalgias e segredos tórridos. Esse, com pássaros, deve ser lindo. Que sorte!
Beijos e bom domingo
Berta
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