Veio inesperada, sem anúncios nem previsões.
O dia tinha sido bonito, com sol, quase de primavera.
O fim da tarde começou a mostrar umas nuvens, escuras, para o lado do poente, vindas do mar, nada de especial.
A noite escureceu mais rápida e começou a libertar uma chuva cheia, silenciosa, caída a fio grosso, quase sem vento.
No ar, um cheiro metálico, uma atmosfera diferente, electrizante, a prenunciar algo?
Foi preparar a câmara fotográfica, como sempre fazia quando pressentia qualquer coisa de diferente, fixou-a no tripé e, quando colocava a máquina em pose, surgiu um clarão e logo um estalo, os vidros abanaram, a cidade apagou-se, a chuva parou, a luz voltou a aparecer e a noite voltou ao seu sossego habitual.
(Lisboa numa das suas noites - 2004) |
Dois dias mais tarde, depois de revelado o rolo das fotografias - sim, porque para a fotografia nocturna ainda dava preferência ao velho rolo de 400 ASA - é que viu o que não tinha visto, aquele enorme arco voltaico entre a terra e o céu, aquela luz estrondosa que, inesperadamente, surgiu do nada.
Era a natureza a mostrar a sua força e magia!
2 comentários:
Se fosse agora, bem podia esse raio cair certeiro sobre a AR...
Foto fantástica! Descrição muito gira do acontecimento, gostei do arco voltaico :))
AC
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