No século VIII esta povoação e os arredores eram assolados por grande quantidade de ursos e javalis, que destruíam as colheitas e atacavam os animais domésticos. Os senhores da Vila, ajudados pelo povo, organizaram várias montarias que extinguiram ou escorraçaram para muito longe os causadores de tamanho prejuízo. Mas a verdade é que nem todos fugiram ou morreram. Ficou por lá uma porca (há quem diga que era uma ursa) que se tornou o terror dos povos pela sua monstruosa corpulência, pela sua ferocidade, e por ser tão matreira que dificilmente era avistada pelos caçadores.
Em 775, o Senhor de Murça, cavaleiro de grande força e não de menor coragem, decidiu matar a porca, e tais manhas empregou que o conseguiu, libertando a terra de tão incomodo hóspede.
Em memória desta façanha se construiu um monumento, alcunhado “a Porca de Murça”.
No entanto, há quem defenda que os atributos masculinos bem visíveis não enganam, e que a Porca de Murça é, na verdade, um berrão, do mesmo género dos que se encontram na zona oriental de Trás-os-Montes e relacionados com um culto da fertilidade de povos pré-romanos, ou mesmo um urso, animal frequentemente encontrado naqueles lugares, naqueles tempos.
Seja como for, é hoje um monumento em granito que se ergue sobre uma base, também em granito, no jardim da praça central, e constitui o "ex-libris" e o orgulho de Murça e arredores.
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