Foi resistindo à tentação!
Aquilo era uma verdadeira bomba calórica! A gema de ovo com açúcar, o açúcar glaceado a envolver aquela bola bem amarela e redonda, como se fosse um ovo. E, por fora, o papel branco, de pontas retorcidas, a lembrar um rebuçado grande.
Ficara ali, o último, naquela caixa de vidro com tampa, na prateleira escura do armário. Cada vez que abria a porta para tirar um pacote de chá, ou o frasco da canela, ou a cápsula do café, olhava-o com olhos gulosos. Ele, quieto, parecia, também, olhar para ele!
E, assim, durante semanas, a troca de olhares, foi-se trocando... até hoje!
Não resistiu: levantou a tampa de vidro, pegou pela ponta de papel, pareceu-lhe que o sentiu a estrebuchar, mas não ligou, desembrulhou-o e, antes que se arrependesse, meteu-o, de uma só vez, na boca.
Deixou que a capa de açúcar branco se derretesse lentamente e, depois, quando sentiu que já só havia aquela massa de gema bem doce, trincou-a suavemente, deixando que o paladar único do rebuçado de ovo se liquefizesse na boca a perdurar sabores conventuais.
Não resistiu à tentação! Abençoado pecado!
2 comentários:
E sabia que a verdadeira doceira desses ovos cá em Portalegre foi a minha tia por afinidade, a "Maria Antónia dos Piretes ou da rua do pirão"??
Esses sim os verdadeiros rebuçados de ovos que algumas vezes ajudei a embrulhar, eheh.
Beijo
Rebuçados de ovo? Mas isso existe onde? Só conheço chocolates e rebuçados mesmo, de açúcar, quase como os caramelos!
Beijos
Berta
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