segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

REI NA BARRIGA

Hoje estava como um camaleão!

Não porque tivesse a capacidade da mímica ou do disfarce - o Carnaval ainda vem longe e também não haverá tolerância de ponto para se disfarçar -, ou porque conseguisse alcançar a comida com a ponta língua, mas porque, quase, só podia mexer os olhos.

Começou o dia por sentir uma impressão no pescoço, como se tivesse agulhas muito finas a espetarem-se ao menor movimento, agulhas suportáveis, é certo, do tipo das da acupunctura, depois foi o aparecimento de um ranger dos músculos daquela zona, como se fosse o das velhas botas de couro quando se esquece de as ensebar, até que, finalmente, a rigidez e a dor se instalaram, de tal maneira, que quase imobilizaram os movimentos do pescoço. Como se lhe tivessem colocado um daqueles colares que usam os traumatizados da coluna cervical: cabeça direita, imóvel, a olhar em frente, num bloco rígido da cabeça e do tronco.

Foi tomando analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, fizeram-lhe massagens, aplicaram-lhe cremes e gel mas, nada! Aquele pescoço resolveu teimosar, emburrou, e não quis ceder!

Passou o resto do dia a olhar em frente, sem olhar ao que se passava ao lado, numa atitude quase de sobranceria, como se tivesse um rei na barriga!



2 comentários:

Anónimo disse...

Se o rei fosse o de paus, estava tudo explicado! mas, não se arme em importante porque só deve mesmo ter um proletário torcicolo...
Beijos
Berta

Carlota Pires Dacosta disse...

Então deve haver por aí uma epidemia.
Não chegou a ser tão forte assim, mas cá em casa andou um vestígio de torcicolo nos pescoços airosos.
Beijo