Olhou o céu na noite escura. Estava mesmo negro, um céu sem lua, que estava escondida na sua fase de renovação, e lhe permitia ver melhor as estrelas no seu esplendor, no seu recorte feito de bicos e de pontas.
Um céu verdadeiramente estrelado!
E as estrelas, tão nítidas, tão delicadamente recortadas, tão perto de si.
Vieram-lhe à lembrança momentos bons, momentos de êxtase, de entrega, aqueles, únicos, em que se dá a flutuar no ar, em que sobe até às nuvens fofas de algodão, em que alcança as estrelas e se sente picada pelos seus bicos, pelos seus picos, pelas suas pontas... Uma espécie de comichão doce, deliciosamente boa.
Vieram-lhe à lembrança momentos bons, momentos de êxtase, de entrega, aqueles, únicos, em que se dá a flutuar no ar, em que sobe até às nuvens fofas de algodão, em que alcança as estrelas e se sente picada pelos seus bicos, pelos seus picos, pelas suas pontas... Uma espécie de comichão doce, deliciosamente boa.
Seria bom se pudesse pegar numa porção delas, para as ter à sua disposição, para poder usá-las sempre que o desejo voltasse, sempre que a vontade pedisse.
E imaginou-se a colher uma mão cheia daquelas estrelas e a depositá-las, com extremo cuidado, na taça de cristal, cheia de água, que tinha diante de si.
Fez o gesto de imaginar, colheu nas suas mãos os cristais cintilantes daquele céu escuro e, em seguida, mergulhou as mãos cheias naquela água pura.
Fechou os olhos e imaginou a taça, cheia de uma água escura como estava a noite, a resplandecer de estrelas cheias de luz.
Ao abrir os olhos deu-se conta que a magia aconteceu:
(Porto Pim - Horta - 8/7/2011) |
3 comentários:
Ofereça-me uma mão cheia de estrelas! Fazem-me falta na escuridão do meu quotidiano...
Beijos
Berta
Quanta magia o Universo nos dá quando não andamos de costas viradas para ele, é verdade. Lindo, adorei.
Foi inspirado no meu lindo torrão Açoriano, Mas podia ter sido noutro lugar qualquer, pois a magia está destro de nós.
O necessário é não a matar e deixá-la fluir livremente
Fantástico, o texto e a fotografia.
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