Vem visitá-lo todos os dias deste verão quente, por vezes, um pouco ventoso.
Aparece sempre à hora do pequeno-almoço. Sabe que tem garantida uma refeição grátis. Por isso não se atrasa na hora e não tem falhado um dia, sequer.
Pouco tempo depois de se sentar à mesa, ei-lo que aparece. Vem de um voo só até perto da mesa e pousa, seja no parapeito da varanda, seja no chão, ou ainda nas vigas que continuam a varanda para o exterior. Olha de lado, desconfiado, envergonhado, ou matreiro, não deu ainda para perceber.
Mal o vê chegar, esboroa um pouco de pão, de bolo ou de bolacha, o que tem ali à mão, e atira, de forma suave, as migalhas para o chão, ali, perto de si.
E ele, hesitante e saltitante, vai-se aproximando, pulo a pulo, até chegar junto do seu alimento. Olha para cima, certifica-se que tudo está bem e começa no seu bicar, sempre olhando para cima, entre cada bicada.
Acabada a dose afasta-se um pouco, fica de costas, mas olha para a mesa à espera que chovam mais pedaços daquela comida que lhe tira a fome e o sacia.
(Horta - Faial - 7-7-2011) |
Tem sido assim, todos os dias. Tem sido o seu companheiro de pequeno-almoço, a quem dá os bons dias e, de volta, ouve um chilreio, a quem pergunta pelo tempo e, de resposta tem um bater de asas, a quem deseja um bom resto de dia que ele devolve com um esvoaçar por cima da sua cabeça antes da partida para longe, a significar um até amanhã...
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