A maré-baixa proporcionava um espectáculo único, de uma imensa extensão de areia, a perder de vista e a permitir que se afastasse largas centenas de metros da beira-mar mantendo a água por meio da altura da perna.
A areia, junto ao bater suave da água, era delineada por uma margem continuada de pequenas pedras, algas, conchas, umas grandes, outras minúsculas, de cores variadas e das mais diferentes formas. Havia conchas muito finas, extremamente delicadas, que tinham sido, certamente, o habitáculo de moluscos jovens, outras, provavelmente com algumas dezenas de anos, tantos quantas as camadas de calcário ou de nácar que se iam acrescentando à concha original.
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(Praia da Ilha da Culatra - Beira-mar - 21de Julho de 2011)
Colocou os óculos de mergulho e passeou no meio da fauna e flora marinhas daquele paraíso tão especial e diferente. Viu peixes, paguros, alforrecas, conquilhas e outros bivalves que apanhava com a mão quando a mergulhava na areia onde se escondiam.
Cá fora, sentado na pequena arriba de areia que antecedia a duna deliciou-se com outro espectáculo, o das gaivotas na gritaria e algazarra por um peixe, atirado por um pescador que ali passava e ia limpando as redes, e o das andorinhas do mar no seu mergulho vertical para apanhar o peixe que o seu olhar preciso alcançou lá do alto do seu esvoaçar quase parado.
Foi mais um encontro com a natureza, com a simplicidade da vida, com uma forma diferente de bem-estar.
Pena o sol forte e a pele branca não se entenderem tão bem como o apelo a ficar ali, naquele lugar de sonho, de apetecer...
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