sábado, 13 de outubro de 2012

QUEIMADA

Juntam-se ramos de árvores já secos, folhas de carvalho que se apanharam do chão, muita caruma de pinheiro, silvas acabadas de cortar (algumas ainda com amoras), ervas do mato secas, fetos, ramos de medronheiro, algumas pinhas, ouriços já castanhos, faz-se um amontoado de tudo e, com um fósforo, chega-se-lhe o fogo...  Demora a pegar mas, ao fim de algum tempo, e ajudado pela brisa suave vinda do poente, o fogo começa a mostrar as labaredas que se insinuam por entre as folhas e a erva aparecendo, quase ao mesmo tempo, aquele fumo forte, que brota em rolos, cheio de cinzas e de aromas...

(DO AUTOR - A QUEIMADA NA QUINTA DA PROSA, HOJE)

É o outono a dar cheiro aos campos, o fumo a purificar a mata, o chão a libertar-se dos restos secos do verão, a terra a preparar-se para a hibernação dos frios que hão-de vir.




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3 comentários:

Anónimo disse...

um ramo de cheiros e o perfume da terra!

Bjo de gostar!

Isabel Mendes Ferreira

MJ FALCÃO disse...

Claro que ainda me lembro desse cheiro! E do medo que havia de fazer as queimadas, por causa do vento...
Abraço amigo

Anónimo disse...

É o outono a libertar-se dos seus restos e dando ao vento que passa os odores iniciais, transformados pela queimada que os transforma e enriquece...
Maria Luísa Silva