quinta-feira, 12 de julho de 2012

RASGÃO



(DO AUTOR)

Foi-se rasgando com o correr do tempo, com o sol que a foi queimando, com o vento que, um dia, a abanou com mais força, com o passar de alguém, com a idade...

E, também, à medida que foi passando do verde forte para este amarelo e castanho, foi perdendo a elasticidade, foi ficando mais rígida e, ao mesmo tempo, mais frágil.

De cores, foi ficando significativamente mais bonita!

Anteontem, foi um golpe e uma fractura, ontem, um rasgo maior com afastamento dos bordos e, hoje, o rasgão definitivo, a libertar a folha daquele berço do ramo que a prendia, a agarrava, deixando-a solta ao vento, e à liberdade de vida que ansiava e desejava...     




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3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito! Tanto a imagem quanto o texto!
Beijinhos,
Lola.

Anónimo disse...

Quem me dera esse rasgão de liberdade!
Bis
LM

Anónimo disse...

Foi um corte definitivo, sem retorno, nem regresso.

JAS