Saiu do estábulo, a passo, a caminho do campo de treino... mal chegados começou com um trote curto, deu duas voltas e, depois, soltou-se num trote mais apressado para ir desenvolvendo e libertando os músculos tensos, e ainda levemente doridos, do animal.
Parado duas semanas, para tratamento de uma entorse na pata traseira esquerda, foi com todas as cautelas que iniciou a recuperação. O veterinário fora categórico: duas semanas parado, massagens locais três vezes por dia, faixa de contenção permanente, anti-inflamatório três vezes por dias disfarçado na água de beber.
Estava praticamente bom, a venda estava acordada e a entrega seria amanhã...
Ia ser dolorosa a separação... Ela que o vira nascer, que o criara a biberão, pois a mãe morreu durante parto, que sempre cuidou dele, ela que o desbastou, e que nunca deixou que outra pessoa o montasse naquela fase...
(DO AUTOR - VILAR DE MOUROS) |
Constituíam um binómio quase perfeito, criaram uma cumplicidade única, uma ligação simbiótica... o cavalo e a tratadora!
Passou a semana toda em preparação para a entrega e estava totalmente recuperado; por isso, naquela tarde, por ser a última, prolongou o treino e deu, com ele, um passeio mais longo, naquele trote apressado que ele tanto gostava...
1 comentário:
Texto muito bonito e sensível. Parabéns! Beijinhos, lola
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