Há sempre promessas que fazemos com o entrar de um acontecimento, neste caso o Novo Ano. Início de uma década que se adivinha pouco esperançosa em termos globais: por um lado os aspectos ambientais, por outro os desta democracia podre (poder e podre têm as mesmas letras) e, mais ainda, os anos que vamos vivendo e que nos encurtam a esperança de vida.
De qualquer modo, apesar de a vida ir ficando mais velha, o ritmo de viver acentua-se, os desafios sucedem-se, e o querer fazer as coisas bem aprimora-se.
Vou enrugando alguns sentires, colocando carapaças, como os meus cágados, em ilusões de vida e continuando a viver a vida como ela nos merece, colocando a esperança, sempre a esperança, num limiar mais elevado.
A Quinta, este ano, vai ficar mais bonita, mais lavada e mais cheia. Primeiro vou fazer uma boa barrela, tirar os mofos, os cheiros desagradáveis, as más recordações, lavar a roupa encardida. Depois, sempre vou criar o meu espaço com uma janela grande virada a poente, com os meus livros, a salamandra de casa da minha avó, um sofá cheio de espaços e conforto e uma secretária grande onde vou poder espraiar os meus sonhos e contar dos meus sentires.
Afinal não parece que vida do Ano Novo venha a ser assim tão velha. É que, se a dividir em espaços, em tempos, a colocar em gavetas ou caixas, vou descobrindo sempre aspectos que estavam ausentes cada vez que for abrindo cada uma destas diferentes coisas.
Quero ter tempo para saber viver bem, tempo para ter paz, tempo para poder continuar a trabalhar e, sobretudo, muito tempo para desfrutar o amor, as amizades, os amigos e as coisas boas da vida.
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