A viagem fora longa, dezasseis horas no mar, sem ninguém à vista, nem um barco, apenas uma vela no horizonte, no mesmo rumo, sempre atrás, à mesma distância...
No meio do mar imenso três golfinhos passaram perto, ao lado do barco, num saudar rápido, num salto fora de água de curiosidade e, no mesmo instante, partiram na continuação do seu destino...
E mar e mar, aquela monotonia feita azul dos dois lados, escuro e denso em baixo, azul e solto, em cima...
(DO AUTOR - OCEANO ATLÂNTICO AO LARGO DA COSTA PORTUGUESA) |
E só, de tempos a tempos, uma gaivota aparecia e fazia um pouco de companhia, dava o seu grito de presença, surfava sobre as ondas com destreza, e lá partia, no seu voo desatinado, feito de constantes virares e voltares, de olhos pregados na superfície do mar tentando descobrir um peixe...
Agora, em terra, no meio do barulho, da confusão e de tanta agitação lembra os bons momentos de paz, de silêncio e de encontro que o mar imenso e envolvente lhe proporcionou...
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2 comentários:
Impressionante como precisamos desses momentos em que estamos acompanhados apenas de nossa alma...
Ana Hertz
Há alguns anos atrás fiz uma viagem assim...Não no mar, não sei navegar, velejar...Mas estive só todo o tempo. Na volta, reaprendi a viver!...
Vera Mena Barreto
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