Quase pareciam uns palonços, de pasmados, que estavam a olhar o céu, não para ver os aviões, nem por terem nada que fazer mas, antes, porque nada podiam fazer...
A linha da frente do fogo avançava, inexoravelmente, o vento forte era o seu melhor cúmplice e a pouca acessibilidade do terreno ajudava, também. Os bombeiros, impotentes, olhavam de longe... e, a frente do fogo, lá ia avançando, metro a metro, queimando hectares e deixando no ar, a ser vista bem longe, uma nuvem negra e avermelhada que punha cabeças no ar, não como as dos palonços a ver os aviões, mas a calcularem distâncias, a adivinharem extensões, a preocuparem-se com o mal dos outros, a pensarem que, de ameaças destas, ninguém se livra...
(DO AUTOR - FOGO NAS MATAS ENTRE PONTE DE SÔR E GALVEIAS) |
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