(DO AUTOR - ELEVADOR DA GLÓRIA - LISBOA) |
À noite o elevador, quando sobe no seu vagar a ladeira da Glória, traz, lá de baixo, um mundo de gente ansiosa por mergulhar nas ruelas estreitas do Bairro Alto...
Sobe lento, com um ruído feito pelo chiar das rodas nos carris, a meio do percurso cruza-se, invariavelmente, com o seu gémeo que lhe serve de contra-peso e, ao chegar ao topo, parece que vai beijar os degraus gastos daquela íngreme calçada.
Anda, assim, neste sobe e desce constante a transportar pessoas, desde 1885.
Os "Rádio Macau", em 1988, levaram-o até ao mundo das canções:
O Elevador da Glória:
" Daquilo que está por baixo
Até ao que fica no alto
Vão dois carris de metal
Na calçada de basalto
Desde este lugar sem história
Até um lugar na história
Vão apenas dois minutos
No elevador da glória
Duma existência banal
Até às luzes da ribalta
Há dois carris de metal
Desde a baixa à vida alta
Desde o triste anonimato
Desde a ralé e escória
Até à fama e ao estrelato
Há o elevador da glória"
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